Sobre este blog

Ser mestre é ser um semeador; não qualquer um deles, entretanto, aquele semeador que não escolhe o solo em que vai lançar sua semente e que não se queixa ou questiona se o solo é seco, árido ou fértil, porque o essencial é semear...



20 de mar. de 2014

Queridos alunos do 1º ano (EJA) da EE Casimiro de Abreu:


Continuando nossa aula de literatura iniciada em classe e reforçada na aula em PowerPoint na sala de multimídia, veremos agora o início da literatura portuguesa, uma vez que aqui no Brasil ainda não havia literatura, o país não havia sido descoberto.
O primeiro documento escrito em versos de Portugal é essa cantiga, a estética literária é o Trovadorismo. Só para situar, este texto é escrito ainda em galego-português por volta de 1189 ou 1198. Queiram, por gentileza, imprimir mais  esse texto.

Tema: Amor platônico de um plebeu por uma mulher nobre e inacessível.
Eu lírico masculino.
Poesia dedicada à Dna.  Maria Pais Ribeiro, apelidada de Ribeirinha, concubina de D. Sancho I de Portugal.


CANTIGA DA RIBEIRINHA

Autor: Paio Soares de Taveirós


Do  mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me vai,
ca ja moiro por vós - e ai!
mia senhor branca e vermelha.
Queredes que vos retraia* 
quando vos eu vi em saia*!
Mao dia me levantei, 
que vos enton non vi fea!


E, mia senhor, des aquel di', ai!
me foi a mi muin mal,
e vós, filha de don Paai Moniz
E ben vos semelha
d'haver eu por vós guarvaia*,
pois eu, mia senhor, d'alfaia
Nunca de vós ouve nem ei
valia d'ua correa*.

*guarvaia é um manto luxuoso, provavelmente de cor vermelha, usado pela nobreza.
*saia-roupa íntima.
*correa-coisa sem valor.
*retraia-descreva.

PARÁFRASE EM PORTUGUÊS

No mundo ninguém se assemelha a mim
Enquanto a vida continuar como vai,
Porque morro por vós e-ai!-
Minha senhora alva e de pele rosada,
Quereis que vos retrate
Quando eu vos vi sem manto!
Maldito seja o dia em que me levantei
 E então não vos vi feia!

E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
Tudo me ocorreu muito mal!
E a vós, filha de Dom Paio Moniz,
Parece-vos bem
Que me presenteeis com uma guarvaia,
pois eu, minha senhora, como presente
Nunca de vós recebera algo, 
Mesmo que de ínfimo valor.

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantiga_da_Ribeirinha


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