Essa postagem vai para todas as séries do EJA da EE Casimiro de Abreu (CECA). É a linha do tempo em literatura, que situa historicamente a época em que cada estética literária existiu em Portugal e no Brasil. Todos devem ter esse material, cada série aprenderá um conteúdo conforme planejamento anual a ser explicado em classe. Essa tabela foi elaborada com base em pesquisa nos sites abaixo:
LITERATURA DE LÍNGUA PORTUGUESA -
QUADRO CRONOLÓGICO. Fontes:
www.cmjf.com.br/cmjf24horas/aluno/material/1181602541.doc,
(Prof. Ten Holzapfel)
http://www.algosobre.com.br/literatura/pos-modernismo-e-literatura-no-brasil.html
(Pós-Modernismo -Brasil)
http://lusofonia.com.sapo.pt/literatura_portuguesa.htm
(Pré-Modernismo-Pós-Modernismo português)
Cronologia e características dos
movimentos literários
Estilo
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Portugal
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Brasil
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Características
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Trovadorismo
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1189/1198
A Ribeirinha
Paio Soares de Taveirós
Gêneros: cantigas (poesia), novelas de
cavalaria, nobiliários, hagiografias.
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-
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Cantigas
de Amor: sofrimento, idealização, eu lírico masculino, ambiente da Corte,
dama inacessível, caráter analítico-discursivo.
Cantigas de Amigo: eu lírico feminino,
confessional, ambiente popular, paixão incorrespondida, realista,
narrativo-descritiva.
Cantigas de Escárnio e Maldizer: críticas
indiretas ou diretas de pessoas ou fatos de uma época. Rica fonte de
documentação.
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Humanismo
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1418
Fernão Lopes, guarda-mor da Torre do Tombo.
Gêneros: historiografia, teatro popular,
prosa doutrinária.
Gil Vicente (teatro)
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-
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Teatro:
em poesia, versa sobre assuntos profanos ou religiosos; carpintaria teatral
rudimentar; ausência de regras; sem unidade de ação, tempo e espaço. Aspectos
críticos de uma sociedade em transição.
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Classicismo
Quinhentismo
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1527
Sá de Miranda
Introdução da medida nova.
Gêneros: poesia lírica, épica, teatro e
crônicas.
Camões (poesia)
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1500
(Quinhentismo)
1º Documento escrito em terras brasileiras:
Carta a D. Manuel.
Gêneros: poesia lírica e épica, teatro e
crônicas.
Pero Vaz de Caminha
José de Anchieta
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Valorização
do homem (antropocentrismo); paganismo (maravilhoso pagão); superioridade do
homem sobre a natureza; objetividade; racionalismo; universalidade; saber
concreto em detrimento do abstrato; retomada dos valores greco-romanos; rigor
métrico, rímico e estrófico: equilíbrio e harmonia.
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Barroco
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1580
Morte de Camões
Portugal sob o domínio espanhol.
Gêneros: oratória sacra, política e social;
poesia religiosa, satírica e
lírico-amorosa.
Pe. Antônio Vieira
(oratória)
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1601
Bento Teixeira: publicação de Prosopopéia
Pe. Antônio Vieira (oratória)
Gregório de Matos (poesia)
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Arte
dos contrastes: antinomia homem - céu, homem - terra; visualização e
plasticidade; fugacidade; não-racionalismo; unidade e abertura (perspectivas
múltiplas para o observador); luta entre o profano e o sagrado. Culto a
elementos evanescentes (água/vento). Sentido de transitoriedade da vida; carpe
diem (aproveitar o momento); valorização do presente, movimento ligado ao
espírito da Contra - Reforma; jogos de metáforas; riqueza de imagens; gosto
pelo pormenor; malabarismo verbal – uso de hipérbato, hipérbole, metáforas e
antíteses.
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Arcadismo
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1756
Fundação da Arcádia Lusitana.
Gênero: poesia
Bocage (poesia)
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1768
Cláudio Manuel da Costa:
Obras Poéticas
Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio
Gonzaga (poesia lírica e épica)
Basílio da Gama e Santa Rita Durão (poesia
épica)
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Arte
do equilíbrio e harmonia; busca do racional, do verdadeiro e da natureza;
retorno às concepções de beleza do Renascimento; poesia objetiva e
descritiva; áureas mediocritas: o objetivo arcádico de uma vida serena
e bucólica; pastoralismo; valorização da mitologia; técnica da simplicidade.
Literatura linear e regrada: inutilia truncat (cortar o inútil).
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Romantismo
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1825
Almeida Garrett
Publicação do poema Camões
Gêneros: prosa (romance e novela)
poesia e teatro.
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1836
Gonçalves de Magalhães
Publicação de Suspiros Poéticos e Saudades
Poesia: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo,
Casimiro de Abreu, Castro Alves.
Prosa: (urbanos) Alencar, Joaquim Manuel
de Macedo, Manuel Antônio de Almeida; (regionalistas) Alencar, Bernardo
Guimarães, Taunay; (indianista-histórico) Alencar
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1ª
Geração: nacionalismo, ufanismo, natureza, religião, indianismo/medievalismo.
2ª Geração: mal do século, evasão, solidão,
profundo pessimismo, anseio da morte.
3ª Geração: condoreirismo, liberdade,
oratória de reivindicação, transição para o Parnasianismo, literatura social
e engajada.
Geral: imaginação, fantasia, sonho,
idealização, sonoridade, simplicidade, subjetivismo, sintaxe emotiva,
liberdade criadora.
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Realismo/ Parnasianismo/
Naturalismo |
1865
Questão Coimbrã: Antero de Quental contra
Castilho (Novos x Velhos)
Gêneros: prosa (romance, conto, crônica),
poesia, crítica.
Prosa: Eça de Queirós
Poesia: Antero de Quental, Cesário Verde,
Guerra Junqueiro.
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1881
Machado de Assis
Publicação de Memórias Póstumas de Brás
Cubas/ Realismo
Aluísio de Azevedo
Publicação de O Mulato/ Naturalismo
Década de 80
Definição do ideário parnasiano.
Prosa: Machado de Assis, Aluísio Azevedo,
Raul Pompéia
Poesia: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira,
Raimundo Correia, Vicente de Carvalho.
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Realismo:
preocupação com a verdade exata, observação e análise, personagens
tipificadas, preferência pelas camadas altas da sociedade. Objetividade.
Descrições pormenorizadas. Linguagem correta, no entanto é mais próxima da
natural, maior interesse pela caracterização que pela ação – tese documental.
Naturalismo: visão determinista do homem
(animal, presa de forças fatais e superiores – meio, herança genética,
fisiologia, momento). Tendência para análise dos deslizes de personalidade.
Deturpações psíquicas e físicas. Preferência pela classe operária. Patologia
social: miséria, adultério, criminalidade, etc – tese experimental.
Parnasianismo: arte pela arte,
objetividade, poesia descritiva, versos impassíveis, exatidão e economia de
imagens e metáforas, poesia técnica e formal, retomada de valores clássicos,
apego à mitologia greco-romana.
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Simbolismo
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1890
Eugênio de Castro
Publicação de Oaristos
Gêneros: poema e prosa.
Poesia: Camilo Pessanha
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1893
Cruz e Sousa
Publicação de Missal (prosa poética)
e Broquéis (poesia).
Poesia: Cruz e Sousa e Alphonsus de
Guimaraens, Pedro Kilkerry, Emiliano Perneta.
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Simbolismo:
reação contra o positivismo, o Naturalismo e o Parnasianismo; individualismo,
subjetivismo psicológico, atitude irracional e mística, respeito pela música,
atitude irracional e mística, respeito pela música, cor, luz; procura das
possibilidades do léxico.
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Pré-Modernismo
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Difícil
identificação do período dado a conturbação da 1ª guerra e momento político
onde Portugal elegia seu 1º presidente da República (1911).
Destaque para o
escritor português Luís de Freitas Branco
1914- 1ª Guerra Mundial
1917- Revolução Russa
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1902
Publicação de Os Sertões, de
Euclides da Cunha; Canaã, de Graça Aranha.
Prosa: Monteiro Lobato, Euclides da Cunha,
Lima Barreto, Graça Aranha.
Poesia: Augusto dos Anjos;
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Pré-Modernismo:
tendência das primeiras décadas do século XX, sentido mais crítico, fixando
diferentes facetas da realidade social, política ou alterações na paisagem e
cor local.
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Modernismo
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1915-
Publicação da Revista Orpheu (influenciada pelas grandes correntes estéticas
europeias apresentando uma poesia de cunho altamente complexo).
Principais
autores do Modernismo português
Fernando
Pessoa
Mario
de Sá Carneiro
Almada
Negreiros
Características:
Rompimento
com o passado
Nacionalismo
crítico
Questionamento
da situação social e cultural do país
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1922
Surge
em oposição clara aos clássicos e parnasianos com a Semana da arte Moderna no
Teatro Municipal em São Paulo.Destaque para a obra “Os sapos” de Manuel Bandeira.
De
1922 a 1930- 1ª fase do Modernismo
De
1930 a 1945- 2ª fase.
De
1945 a 1970 aproximadamente-3ª fase
Principais
movimentos e correntes do Modernismo:
Impressionismo
Pós-Impressionismo
Fauvismo
Cubismo
Expressionismo
Surrealismo
Concretismo
Futurismo
Pop
Art
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Modernismo
A Semana da Arte Moderna caracterizou-se
pela exposição de vários tipos de artes encaradas do ponto revolucionário, de
mudança ao tradicional clamava por liberdade de expressão e arte calcada em
moldes nacionais.. O momento histórico-político-social exigia uma ruptura com
tudo o que estava sendo feito em matéria de arte até aquele momento.
Destacaram-se:
Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di
Cavalcanti (idealizador do evento),Picasso (artista estrangeiro) –(pintura).
Oswald e Mario de Andrade, Manuel Bandeira,
Guilherme de Almeida, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond entre outros (literatura)
Orson Welles
(cinema)
Isadora Duncan
(dança)
Cartier, Bresser
(fotografia)
Victor Brecheret
(escultura)
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Pós-Modernismo
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Momentos de ceticismo,
perante o progresso científico e promessas de liberdade da humanidade onde os
antigos valores são questionados e valorizados os movimentos sociais,
nacionalistas e religiosos etc. assim caracterizados:
Anos 70 e 80: lirismo e expressões individuais de
sentimentos. Expoentes Antonio Fraco Alexandre, João Miguel Fernandes Jorge (70)
José Emílio Neto (80)
Anos 90: poesia da heurística (descoberta),
sentimental (reflete a experiência emocional do mundo: Jorge Reis Sá.
No romance, a
ruptura com estéticas anteriores não é abrupta e tem influências
norte-americanas com toda a certeza.
O delfim (José
Cardoso Pires) onde prevalece o romance realista urbano total.
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De
1970 (aproximadamente) até os dias
atuais
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Não
apresenta mudanças bruscas que apresentem ruptura com o Modernismo,
Caracteriza-se segundo Afrânio Coutinho pela pluralidade de estilos e
tendências mais evidenciadas nos escritores da década de 1980. Prevalecem
nesse estágio como temas: esquizofrenia, uso exacerbado da intertextualidade,
exercício da metalinguagem, ecletismo estilístico, fragmentarismo textual,
anseio pela pluralidade, ênfase no cotidiano, polifonia de vozes,
intensificação do lúdico na criação literária, androgenia, hedonismo (coloca
o prazer e satisfação pessoal acima de tudo).
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]
Explicações complementares
As escolas literárias, também conhecidas como movimentos
literários, são como as ondas do mar, feitas de altos e baixos. Os ápices
destes movimentos se alteram por duas diferentes linhas de pensamento e estilo.
A linha dionisíaca deriva do nome Dionísio, deus grego do vinho e da emoção. As
escolas literárias que se encontram nesta linha dionisíaca têm como
características a emoção, o lirismo, o subjetivismo. Ao contrário, a linha
apolínea (derivada do nome Apolo, deus da razão) representa o equilíbrio, a
lucidez, o objetivismo.
Há uma grande diferença entre literatura NO Brasil e literatura DO
Brasil. Acontece que toda a produção literária feita no Brasil, desde a carta
de Caminha até o Barroco, não se pode afirmar que seja literatura nacional,
legitimamente brasileira. Pois ainda estávamos sob domínio de Portugal, o
pensamento era de uma literatura colonial que ainda não tinha desfeito o cordão
umbilical com a metrópole. Só então com o Romantismo que a literatura
tupiniquim floresce. E, coincidentemente, era a estação de nossa independência
política, econômica e cultural.
Analisando o gráfico, percebe-se ainda que a partir do Modernismo
acontece um desequilíbrio nessa freqüência uniforme. A razão e a emoção se
abraçam. A poesia e os poetas encontram a real liberdade de criação. Não
existirá desde então, uma escola vigente ou regente de tendências. É o encontro
do velho com o novo. Sem fórmulas, leis ou teoremas de como se fazer versos.
Apenas poetizar.
(Extraído de www.akio.com.br)
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