Ao 1º ano F
Conforme combinamos, a nossa interação vai além das aulas de atividades, análises de textos e produção textual à participação virtual por intermédio dos blogs. Esses textos que posto abaixo são exemplos da Era medieval que devem ser estudados.Queiram, por gentileza, imprimi-los para as próximas aulas para que possamos finalizar o conteúdo do Trovadorismo. Na impossibilidade de interagirem dessa forma, entrem em contato na sala de aula.Obrigada. (Por medida econômica selecionem apenas os textos das cantigas).
CANTIGA DE AMIGO (Martim Codax)
Ondas do mar de Vigo,A
'a se vistes meu amigo!B 1º par
ai Deus, se verrá cedo! refrão
Ondas do mar levado,A
Se vistes meu amado!B
E ai Deus, se verrá
cedo!refrão
Se vistes meu amigo,B 2º
par
O porquê eu sospiro C
E ai Deus, se verrá cedo! refrão
Se vistes meu amado, B
Por que hei gran
cuidado! C
E ai Deus, se verrá
cedo! refrão
Paráfrase
Ondas do mar de Vigo
Se vires meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Ondas do mar revolto,
Se vires o meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires o meu namorado!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado,
Aquele por quem eu suspiro!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Aquele por quem eu suspiro!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Se vires meu namorado
Por quem tenho grande temor!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Por quem tenho grande temor!
Por Deus, (digam) se virá cedo!
Essa
cantiga é de amigo, o tema é à espera do namorado e a angústia provocada pela
demora em chegar. Analise o eu lírico, faça um levantamento das características
desse tipo de cantiga. As cantigas eram circuladas através de pergaminhos e sua visualização e
reprodução eram autorizadas:o pergaminho Vindel (encontrada e vendida pelo
madrileno Pedro Vindel-1913) e o Sharrer descoberto por Harvey Sharrer-1990)
são exemplo disso.
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Cantiga de escárnio e maldizer
Martim jograr, que gran cousa (JOÃO GARCIA DE GUILHADE)
*Martim
jograr, que gran cousa:
Já sempre convosco pousa*
Vossa molher!
Ve[e]des m’andar morrendo,
E vós jazedes* fodendo
Vossa molher!
Do meu mal nom vos doedes*,
E moir’eu, e vós fodedes
Vossa molher!
Cantiga
de maldizer
Crítica direta-uso de
palavrões e forma direta de satirizar, na maioria são de mestria, 31% contêm
paralelismo.
*Martim – segundo pesquisas
Martim faz referência a algum jogral da época( eram muitos os Martins: Codax,de
Guinzo etc. Pode ser da corte castelhana onde Guilhade passou.
*pousa- dorme.
*jazedes- referência ao
verbo jazer- estar deitado.
*doedes- doer-se,
condoer-se, ter pena.
Muitos nobres escreveram
cantigas: destaques para os reis: Afonso Henriques e seu neto, D. Dinis.
Os “jograis” eram trovadores
populares
As cantigas de amor, de
origem provençal palaciana não deveriam utilizar paralelismos (repetições de versos, do tipo refrão mais usados nas
outras cantigas populares). Por essa razão denominavam-se cantigas de mestria.
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Cantiga de escárnio
NUNCA [A] TAM GRAN TORTO( JOÃO GARCIA DE GUILHADE)
Nunca a tam gran torto* vi
com'eu prendo*d'um infançom*
e quantos e na terra som
todo'lo tem por assi
o infançom, cada que* quer
e nulha rem* nom dá por mi
E já me nunca temerá,
Ca* sempre me tev'em desdém,
des i*ar* quer sa molher bem
e já sempr'i filhos fará
-siquer* três filhos que fiz i,
fillha- os todos pera si:
O demo lev'o que m'en dá!
Em tam gram coita viv'hoj'eu
que nom poderia maior:
vai se deitar com mia senhor
e diz do leito que é seu
e deita-se a dormir em paz;
des i, se filh'ou filha faz,
*nõn'o quer outorgar por meu!
Cantiga
de escárnio
*torto- injúria,
infâmia, ofensa.
*prendo- tomar,
receber./ infançon-cavaleiro nobre, infanção.
*têm-teer-achar,
considerar.
*Cada que-cada vez
que.
*nulha rem-nada,
coisa nenhuma.
*Ca- pois, porque.
*des i- além disso./
*ar- também
*siquer-até mesmo.
*nõn'o quer
outorgar por meu- não quer reconhecerque é meu.
Estudem as características desse texto:
Crítica indireta; uso
do equívoco: tentativa de ludibriar o sentido( usar suavização-eufemismo ou
ironia)
Cantiga de mestria
(sem paralelismo)
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NUNCA [A] TAM GRAN TORTO( JOÃO GARCIA DE GUILHADE)
Nunca a tam gran torto* vi
com'eu prendo*d'um infançom*
e quantos e na terra som
todo'lo tem por assi
o infançom, cada que* quer
e nulha rem* nom dá por mi
E já me nunca temerá,
Ca* sempre me tev'em desdém,
des i*ar* quer sa molher bem
e já sempr'i filhos fará
-siquer* três filhos que fiz i,
fillha- os todos pera si:
O demo lev'o que m'en dá!
Em tam gram coita viv'hoj'eu
que nom poderia maior:
vai se deitar com mia senhor
e diz do leito que é seu
e deita-se a dormir em paz;
des i, se filh'ou filha faz,
*nõn'o quer outorgar por meu!
Cantiga
de escárnio
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*torto- injúria,
infâmia, ofensa.
*prendo- tomar,
receber./ infançon-cavaleiro nobre, infanção.
*têm-teer-achar,
considerar.
*Cada que-cada vez
que.
*nulha rem-nada,
coisa nenhuma.
*Ca- pois, porque.
*des i- além disso./
*ar- também
*siquer-até mesmo.
*nõn'o quer
outorgar por meu- não quer reconhecerque é meu.
Estudem as características desse texto:
Crítica indireta; uso
do equívoco: tentativa de ludibriar o sentido( usar suavização-eufemismo ou
ironia)
Cantiga de mestria
(sem paralelismo)
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