Sobre este blog

Ser mestre é ser um semeador; não qualquer um deles, entretanto, aquele semeador que não escolhe o solo em que vai lançar sua semente e que não se queixa ou questiona se o solo é seco, árido ou fértil, porque o essencial é semear...



21 de ago. de 2013

Viagem através do tempo

Prezados alunos e visitantes:


Sejam muito benvindos nesse espaço que criei para recebê-los. Antes de postar algumas aulas e materiais didáticos, publiquei esse texto de abertura para que comecemos a nos aquecer  mentalmente e a refletir sobre as mudanças sofridas na sociedade e no nosso meio através dos tempos.
Praticar o exercício do "sentir" é o primeiro passo para que possamos usar da palavra que nasce do âmago e salta para o papel.
Aquele que não usa da sensibilidade jamais mudará o mundo, jamais perceberá as mudanças que nos poderão ser úteis ou fatais no amanhã. 
Espero que gostem do texto.




Há muito, em uma prova ou concurso foi pedido o desenvolvimento do tema: “Se eu pudesse viajar no tempo”

Fiquei instigada a participar também e meditando a respeito da sociedade atual em comparação a um passado não muito distante escrevi o texto abaixo cujo conteúdo fiz publicar em um jornal da cidade de Rio claro onde residia na época:



Se eu pudesse viajar no tempo com certeza não gostaria de vislumbrar um mundo futurístico, pois creio que muitas coisas para mim tristes, estariam reservadas: a automatização do ser humano com o absoluto predomínio da máquina implacável-personagem principal, em detrimento do próprio homem - que lástima! Meios naturais: vegetação, ar, águas, totalmente transformados pelas mãos dos chamados, progresso e desenvolvimento.

Por esses e outros motivos é que jamais compraria uma viagem para uma visita ao futuro, mas certamente iria para locais de um passado não muito distante... A minha juventude!

Na velocidade da luz, voaria para os fins da década dos sessenta e indubitavelmente encontrar-me-ia em uma das praças da minha querida cidade natal. Não como está nos dias de hoje; semidestruída, ocupada por mendigos e pessoas dominadas e corrompidas pelo vício.

Hoje, a praça já não é a mesma de outrora. A miséria espiritual e econômica da humanidade ali está representada, hasteando suas bandeiras pelos quatro cantos. Evita-se passar por ali, por medo, ou até mesmo para impedir que uma depressão imensa tome conta de nós; seres que a vimos em todo o seu esplendor, exibir sua fonte de águas coloridas pelas luzes noturnas de domingos gloriosos, agora mascarada de abrigo para sub homens reproduzindo diariamente o cenário de “Os Miseráveis” onde da mesma forma Victor Hugo nos apontou tão fielmente uma amostra da deplorável decadência e indignidade moral a que o ser humano foi relegado.

Antes, era a praça local mais solicitado da cidade, ponto obrigatório de encontro para reuniões domingueiras, de comentários, entrosamento, lazer, alegria... E sobretudo interação entre os homens que podiam ainda na época serem assim chamados em toda a totalidade do significado que esta palavra encerra. Não haviam ainda lhe sido roubados totalmente os aspectos morais, espirituais, humanitários e, sobretudo a sua liberdade de pensamento, amplamente desenvolvida através da análise e espírito crítico coerentes.

Nessa época em que todos lotavam as praças com seus sorrisos sinceros, onde toda a classe social era bem-vinda, não havia ainda adentrado no coração das pequenas cidades, o germe dos meios de comunicação de massa, que tanto contribuíram para levar o homem ao isolamento, ao distanciamento do seu companheiro e da realidade de sua cidade.

E com que simplicidade e prazer se expectava o fim de semana com seus personagens áureos: cinema e praça!

Assistiam-se aos filmes que eram discutidos, analisados e admirados por toda a coletividade, numa verdadeira terapia que ainda não permitia a proliferação de psicólogos e psicanalistas- coisas do futuro...

A população vibrava feliz com seu pequeno cinema, seu mundo encantado, sem a monotonia, solidão e saturação diária produzidas pelas videolocadoras encerradas em suas fitas apropriadas para o consumo em larga escala- capitalismo cultural.

Produzia-se arte que não se caracterizava como comércio de consumo, não se corrompia ao poder de grandes grupos.

Romeu e Julieta I,II,III...Jamais!

Ah! que vontade de voltar...

3 comentários:

  1. Olá, Tia. Bem vindo ao mundo virtual. Bjs do sobrinho.

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  2. Cris, adorei o seu texto a respeito do tempo em que vc era apenas uma jovem, criada em uma cidadezinha do interior, apaixonada pelo Elvis e podia passear e ir no cinema sem os perigos que hoje estamos a mercê.
    Bjos e felicidades !!!!!!!
    Sua cunhada Iolanda

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  3. Agradeço a vcs, LANDA E OMAR pela atenção em ler meu texto. Espero que tenham gostado e se positivo podemos discutir este aspecto da nossa atual sociedade, impelida involuntariamente para os tsunamis da vida. Mas...Sempre há tempo de melhorar desde que trabalhemos para mudar esse quadro de miséria e pobreza de intelectualidade...

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